quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Romance

Pensei em escrever um livro com essa idéia. Se não fosse meu problema com planos a longo prazo... A idéia virou essa crônica verossímil, mesmo. Mas o livro ainda pode sair, um dia.

Este será o exemplo do romântico, pra série: "Tipos de homem".

Romance
Acordou com a cara amassada, barba por fazer, do jeito que ficaria qualquer um ficaria, após três dias, sem uma presença feminina e/ou uma vida social ativa.
Três dias curtindo o tédio, uma pausa no meio da estrada para ver o caminho que havia trilhado e o que estava por seguir.
Levantou e foi procurar algo, como alguém que procura comida na geladeira vazia.

Na cozinha, um homem distinto o esperava. Tão admirável que, por um momentos, ele acreditou ser seu alter ego, ele própio, aprimorado. Lênin era narcisista. Lênin o perguntou quem era. "Eu tenho muitos nomes...", respondeu o intrépido.

Lênin não assustou-se, até mesmo sentiu-se como queria sentir-se, distinto, especial, melhor que os outros, afinal, fora escolhido. Conversaram, entenderam-se.

(...)

Não possuia mais a própia alma, mas "quem precisa dela?". Fizera o acordo perfeito:
"Poderás ter qualquer mulher que desejes por, não mais, que uma noite.", perfeito! Não precisaria se preocupar com compromissos, ninguém para cobrar nada ou dar satisfações.
"Ninguém pra ligar e dizer onde estou / Ninguém pra ir comigo onde eu vou (...) Ninguém pra dizer quando eu devo parar /Ninguém na casa pra poder acordar"

Foram tempos fantásticos...Lênin tornou-se, enfim, alguém diferente, na multidão. A popularidade entre as mulheres trazia-lhe, também, certo prestígio com os homens, uma inveja acompanhada de quase-adimiração.

No início, curtiu isso como ninguém poderia tê-lo feito. Depois...
Muitas mulheres, ele realmente ficava feliz por não ver novamente. Chatas, superficiais, insurpotáveis... Mas, certas outras...

Melina era uma dessas outras, tinha tudo que o encantava. Gostava de parecer mulher, mas era, não físicamente, garota. Tinha uma pureza inerente. Não era a mais "pneumática" com quem Lênin havia se deitado, nem a mais bonita, nem mesmo a que beijava melhor, a mais desejada pelos homens, não era nada disso, era, tão somente, a única que ele queria.
O que Lênin sentia, como ele mesmo gostava de repetir a si própio, não era amor, se é que se pode dizer que tanta vontade de estar junto, curtir a solidão a dois, resolver todos problemas juntos e usufruir de prazeres não-carnais pode ser causado por algo que não o amor, de qualquer espécie que seja.

Primeiro veio a vontade de dar o famoso "repeteco". Depois, a sutil vontade de ver de novo. Logo, quis estar com alguém não só durante a noite, queria alguém para andar de mãos dadas e com quem pudesse conversar. Não tinha nem mesmo amigos de verdade, a quase-adimiração que tinham por ele era também uma espécie de quase-medo, e aquela inveja má...

Lucifer havia deixado bem claro: "...por, não mais que uma noite."

Agora, Lênin era um homem da noite. Era um homem incompleto. Era um homem que homem nenhum consegue ser, era só.

Ele não podia mais viver assim, com paixões incompletas, infindadas. Sentia como se tivesse, dentro de si, um diamante inteiro, mas em vários pedaços, e cortava.

Lênin parou de desejar qualquer mulher. No entanto, não queria revogar o acordo, nem mesmo sabia o que poderia acontecer, se o fizesse.
Ele esperou, esperou por muito tempo que aquilo passasse. Não passou. Talvez mais uma noite com ela valesse a pena tal sacrifício. "Eu trocaria a eternidade por essa noite.", pensou ele.

Em uma noite, de súbito, Lênin sabia que não poderia ser de outra forma, foi à casa de Melina. Buscava ignorar os pensamentos que o alertavam das possíveis consequências em descumprir o contrato, não importava mais. Precisava estar mais uma noite com ela, de modo contrário, sua vida voltaria a ser como antes, estagnada, só que, desta vez, não porque não havia o que se fazer, mas porque ele não quereria mais que a vida continuasse, o que era pior.

A noite, sem dúvida, valeu a pena. Ele precisava ter certeza que ela estava com ele porque, realmente, dele gostava, e não por efeito do encanto. Fizeram programas que, não muitas pessoas, além deles, apreciariam fazer. Quando já era manhã, Lênin não podia evitar, fizeram o que ele queria fazer em meses de abstinência: sexo.

(...)

Deixou-a dormindo e, ao sair, encontrou com o Diabo, que lhe falava como um pai que dá uma lição ao filho.

"Então, Lênin, de quê valeu? Teve todas e nenhuma...Agora, só, não tem nem mesmo a si própio."

"Não sou só, tenho alguém que me completa.", respondeu, como uma criança.

"Vos não suportais ser só
Vos não suportais ser de todas e que todas fossem suas
Será que suportarás ser, agora, de uma só, homem volúvel e incostante?"

O Diabo, disse-lhe, em verso:
"Por não ter cumprido o contrato,
A sua pena é uma só
Por mais que possa ser amargo,
Viverás com uma mulher só."

FIM

(Se foram felizes para sempre, ninguém sabe.)

PostScriptum:

1. Pode copiar, mas não deixe de colocar a fonte. Plágio é coisa de babaca.
2. Galera, comenta. 0(zero) comentários dá a sensação de que ninguém leu, e isso é broxante.

4 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ranagar disse...

Genial! gostei muito do blog, a e enquanto ao blog Oh Darling! concerteza escreverei mais, vou tentar ser menos rápida.

Obrigada e visite o blog ;*

Unknown disse...

Espero que o amor valha a pena...

;]

Eduarda Figueiredo disse...

Ahhh...viveram felizes para sempree simmm! *.*
Haha =D

Eu aki..intrigadaaa esperando um fimm trágico! O.O
HuAehAIEHAe
Nem mostrou o resto da hist...=X

Por sinal..vi um filme hj..triste..
sem enrendo, pé nem cabeça...
"Os Estranhos" -.-'
/morri alih =P
Soh rolam uns sustinhos básicos...
Masss...a cara do povo qndo acabou, foi ótima.
Nunca + tinha passado por isso!
ehAIEHAieuh!
"an? e ae? q? cabou?"
"não poo...peraê..deve ter ainda"
-.-'
heiHEIaheuh!
aiai...ngm merece! =D

eh isso.../oo
umm beiju =*