Por ali todos que passavam a achavam deslumbrante. Era ela, para todos os passantes, a mais bela de todas árvores. Não sabia, porém, ela que possuia tal beleza, estonteante.
O caso é que, de fato, ninguém havia lhe contado, por mais que houvesse reparado, que era ela impar, apaixonante.
Tudo era muito obvio, não calhava dizer, posto que indubtavelmente ela saberia, muitos já deviam ter-lhe falado.
Veja, então que logo ela, a mais bela da floresta, acreditava-se desdenhada. Nela ninguém tocava, não lhe tiravam ramos, nem rosas, nem mesmo lhe riscavam o casco.
Ela, então, desapontada, decidiu não dar mais nada, nem pólen, nem flor, nem folha, nem fruto, não seria mais espectadora de tão esnobe mundo.
Passou, então, a ser a árvore sem quê nem pra quê, cheia de passado, mas sem presente nem futuro.
Disseram, aí, que ela não tinha mais porvir, nem devir, era só uma a mais no mundo.
Já não adiantava todo zelo e cuidado, a bela árvore virara puro casco e, depois, veio a vez da floresta, e tudo virou pasto.
3 comentários:
Achei muito bom o texto. Mas "esnobe mundo" ficou meio descompassado com o restante. Mas o texto é muito bom mesmo. Parabéns.
muita gnt nao percebe q tbm tem certa beleza e acaba se escondendo.. é a falta q um elogio faz, podendo acordar certas pessoas para certos "detalhes".
belíssima alegoria para a história da sociedade ^^ parabéns.
ah, que texto lindo! gostei bastante, não só deste texto, mas do blog todo. :)
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