segunda-feira, 14 de setembro de 2009

É reservado, a todo ser humano, o direito de trair.

Parágrafo único: O indivíduo deve ser livre para criar e libertar-se de qualquer vinculo, quando bem entender. 

Eis o direito da liberdade.

"Cheia de sonhos, promessas... e queixas, queixas, queixas"

Foi ela quem quis. 

Ele a conheceu assim, não podia reclamar dos seus altos e baixos. 
Não reclamava quando ela usava a saia muito curta, ou quando ela bebia demais e parecia que ficaria com outro alguém ali, bem em frente a ele.

Ele também não era tão bom moço, só seguia suas regras de moral e conduta. Sabia que o que ela queria era que ele lhe pusesse os arreios e lhe dissesse o que fazer. Um dia ele experimentou puxa-la pelos cabelos, ela gostou, mas ele não gostou que ela tivesse gostado, não fez mais. 

Ele não sabia maltratar; maltrata-la seria maltratar mais a si mesmo. Caracterizava-se uma situação em que não seria ironia dizer: "isso vai doer mais em mim que em você".

Quando descobriu que ela o havia traido não sentiu raiva, tristeza, talvez.
Passou na floricultura, pensou em comprar-lhe uma rosa vermelha e dizer-lhe que, para ela, ele foi só amor, mas terminou por comprar uma negra, ainda com os espinhos, dizer-lhe-ia que ela foi dor e mistério.

Ela amava a dor, ele amava o mistério.
Não, não era bem o mistério. O que ele amava era o mistério que ela era.

Levou-lhe a flor, ela chorou, ainda na porta. Ainda na porta o convidou para entrar, talvez achasse que a flor do seu sexo pudesse compensar as feridas que abriram seus espinhos.

Ele a entendia.
Não, não era bem entender. Ele apenas amava. 
Mas não amava ela, amava o mistério que era ela.
Amava nela a liberdade, a libertinagem, a independência, o desembaraço, a imoralidade.

Ele a amava, e mais, a admirava porque pensava que ela era livre de tudo, mas não era. 

Ela era prisioneira da liberdade.

5 comentários:

Anônimo disse...

Rapaz... é neh... deixa eu ver...

De fato todo mundo tem o direito de trair. Mas isso não quer dizer que é a melhor coisa a se fazer.

E no caso da história, se o cara sabe e não se importa... nem é considerado traição neh. Pelo menos eu penso assim.

Mika disse...

Nossa... complicado.

Concordo com o cara de cima, todo mundo tem o direito mesmo.
Mas na minha cabeça, se você trai, é pq não gostava tanto assim da outra pessoa, ou pq outro motivo o faria? Não sei, nunca passei por isso.
Mas é complicado, pior é continuar gostando da pessoa apesar disso...

Complicado, tudo o que posso dizer...

Vanny Araújo disse...

Homem não nasceu pra viver engaiolado não, moço. Nesse mundo ninguém é de ninguém. E são tantas infinitas e zilhões de possibilidades abertas num leque a nossa frente!

Bonito texto, tem uma sensiblidade a flor da pele.
Mas era mesmo necessária toda essa formatação? A mudança das cores e do calibre da fonte poluiram um pouco o texto.
Ainda assim, bom.
Abraços de sol.

Unknown disse...

essa menina parece Aquariana, e o garoto Ariano . riusim

Anônimo disse...

Ceres, tô aqui hoje pra te convidar pro Movimento Dois Mil É Dez! É uma blogagem coletiva sobre otimismo em geral.

É só copiar o selo que tá na lateral do meu blog e escrever um texto sobre suas expectativas positivas para 2010. Ae é só postar o texto e o selo, e pronto!

Caso resolva participar, é só me deixar um comentário lá no GAZ. Pretendo fazer uma lista com todos os blogs participantes e colocar lá no GAZ. O dia da postagem será quinta-feira. Conto com vc. Abç.