quinta-feira, 14 de outubro de 2010

São coisas da idade...

da idade dela, fazer essas loucuras; da minha, reparar. Parece que isso é um pouco do que chamam de maturidade, ver como equívoco o que era antes uma genial alternativa para fugir do comum. Eu até entendo -- e acho que isso também é coisa da coisa que o tempo faz com a gente e que chamam de envelhecer -- as loucuras, porque, vendo daqui, eu também era louco. E, espero, mais adiante, olhe para o eu de agora e também o ache louco. Acho que isso que é juventude, o que os mais velhos chamam de loucura.

Ou, talvez, mais velha seja ela e o louco sou eu. Ou, talvez, quem sabe, seja só mais uma dessas ideias dessas tardes vazias que se esvaziam assim que o sol se vai. Sabe lá... são coisas da idade.

Postscriptum: me sinto tão velho...

13 comentários:

cecília disse...

gosto das suas idéias-de-fim-de-tarde, mas parece que não se esvaziaram. você ainda tem muito a cometer e muito a reconhecer como loucura, é só uma idéia de meio-dia.

Eu, Thiago Assis disse...

vivendo e aprendendo.. é a vida

Denise disse...

Fez-me lembrar Soberania de
(Manoel de Barros)

Naquele dia, no meio do jantar, eu contei
que tentara pegar na bunda do vento —mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar.
Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação. Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio.
E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria das idéias e da razão pura. Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos.
Aos homens de grande saber. Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra.
Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo— o AlbertoEinstein).
Que me ensinou esta frase: A imaginação é mais
importante do que o saber. Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas.
Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!)
E vi que elas podem pousar nas
flores e nas pedras sem magoar as próprias asas.
E vi que o homem não tem soberania
nem pra ser um bentevi.

Texto extraído do livro (caixinha)
"Memórias Inventadas - ATerceira Infância"

Adorei tudo aqui

afagos
De

Bird disse...

Isso se chama amadurecimento.
Aconteceu (mais cedo ou mais tarde). Tem dias que a gente percebe o quanto mudou...

Nina Vieira disse...

Eu também estou velha, aos dezoito anos com um pé na cova. Tento não fazer loucura alguma - a maior loucura ainda é envelhecer.
Ainda assim, me sinto velha, mas não sábia.
Abraços, sumido.

sam disse...

eae :D Respondendo o seu comentário, não vou te chamar de babaca, rs, mas é a vida, homens e mulheres se odiarem mas nunca conseguirem viver um sem o outro.

Anônimo disse...

OIi haha
Realmente, meu último post no REtalhos de Amor foi bem curtinho, mas se quiser fica convidado a ler os outros. Isso se não achar a leitura chata, etc (as vzs até eu acho)
shauhsuas
Mesmo assim obrigada por passar por lá, por comentar ;)
Bjs =**

ranagar disse...

Dizer que acho este texto fenomenal, mas ao mesmo tempo desafiador seria uma versão incompleta do que estou pensando.
Acho que é loucura minha, sempre me ver em alguns textos que leio. Acho que nós reconhecemos erros, equivocos, e loucuras, no caso.
Mudanças nunca são o suficiente para mudar uma pessoa inteira. É bom saber que ainda é Ceres ai.
Saudades (:

Amanda Arrais disse...

Coisas da idade, realmente.. Acho que certos momentos nos fazem ver o quando mudamos em cada ano de nossas vidas. Não a idade propriamente dita, mas o tempo, no geral, nos molda aos poucos.

=*

Daniela Filipini disse...

Eu também me sinto, você não está sozinho. rs

Gostei muito.

Celamar Maione disse...

Ceres,
podemos ser loucamente maduros ! Não é uma má ideia. Ahahahh.

Beijos

lídia martins disse...

Duzentos anos, por dentro. Eu diria. Ceres, deviam inventar um plano de aposentadoria, para os jovens grisalhos. Assim teríamos algum dinheiro para honrar os cotidianos e dar uma de eu lírico pelo universo afora. Seria uma forma de viver eternamente. É o que dizem sobre a memória.

Vida longa às loucuras!
Mal sabem elas o quanto nos salvam dessas normalidades.

ranagar disse...

Imaturidade, Geniais alternativas para fugir do comum, confusões, diferenças de idade, literatura, blogs, pessoas.
Acho que esse é o 'caso', uma mistura de todas essas palavra que eu disse acima.
Seria ruim eu disser que um pequeno sorriso se abriu quando você disse que também senti saudades? (Não precisa responder essa pergunta)
Well, acho que sempre será uma duvida de minha imensidão de insanidade
beijos.