domingo, 23 de outubro de 2011

Tic-Tac e sua vida vai embora...

Sussurro palavras vãs ao vento e espero que ninguém escute -- Então pra que diabo você sussurra? Grita, porra!

Galdi só tinha o futuro; o passado já havia passado e o presente passava tão rápido que já era passado antes que ele se desse conta. Mas todo futuro é ficção -- e foi aí que Galdi percebeu que não havia mais momento nenhum disponível para viver a sua vida, como se ela lhe gritasse "Me deixe em paz, já sei como vou ser e você não pode fazer nada para mudar!", e quem era Galdi para discutir com sua própria vida?! Tão cansado... ele só queria férias! -- mas ninguém pode tirar férias da vida. Ele precisava das respostas, daquela peça que estava faltando, aquilo novo em seu mundo que explicaria tudo -- mas não é o que todo mundo procura?
Galdi era único -- como todos os outros bilhões seres humanos na face da Terra -- e tinha certeza disso. Ele tinha que mudar, sair daquela estagnação, daquela vida sem graça, ele queria guerra, queria revolução! E ele tinha bons planos, ia mostrar ao mundo algo surpreendente, capaz de resolver quase todos os problemas -- era tão simples, como ninguém percebera isso antes? Só lhe faltava conseguir descrever aquilo, transformar em algo real... Mas isso era tarefa pra mais tarde, antes ele tinha que se arrumar e ir para faculdade. Quando chegou já estava muito cansado para pensar em qualquer coisa... no outro dia ele acordou e só o que restava do desejo da noite passada eram rabiscos em pedaços de papel colados na parede que ele tinha certeza que não significariam muita coisa se olhasse, então nem sequer se dava ao trabalho. E aí, como era previsto, sua vida foi dizendo como tinha que ser e ele foi seguindo... Tic-Tac outra vez.

2 comentários:

Antônio LaCarne disse...

já seguindo o teu blog por achar tudo aqui inspirador.

Nina Vieira disse...

Todo mundo anda procurando um sentido novo para a própria existência. Até quando, hein?